domingo, novembro 09, 2008

Crise mundial

O tema já é antigo, já se escreveu muita coisa sobre ele, mas está cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. Ao contrário do sentimento generalizado relativamente à maior parte dos economistas, eu não sou pessimista e tipicamente tenho uma visão optimista sobre o futuro.

Esta crise tem uma origem completamente nova e diria até inesperada. Devido a algumas opções no sector financeiro, surgiram empresas em dificuldades (AIG, Lehman Brothers, ...); por causa da dependência que o sector real tem do sector financeiro, estas dificuldades começaram a espalhar-se no resto da economia, principalmente devido à falta de liquidez. Esta sequência de eventos (simplificada) por si só colocava a economia mundial numa situação complicada. Se juntarmos a esta falta crescente de liquidez, a especulação em torno das matérias-primas, o rebentar das bolhas imobiliárias (principalmente nos EUA, Reino Unido e Espanha) e também a falta de líderes a nível mundial, encontramo-nos no centro de crise actual.

Vejamos então: os bancos não emprestam dinheiro e por conseguinte as empresas não conseguem investir e começam a ter dificuldades de tesouraria, o sector da construção civil (que cria um número considerável de empregos) está parado e os governos não demosntram capacidade para agir.

Perante este cenário, acredito que: restaurar a confiança dentro do sector financeiro é fundamental para o mundo voltar a crescer (temos vistos boas iniciativas por parte de alguns governos); directamente relacionada com esta, devem ser repensadas as formas de colaboração entre países e de supervisão do sistema financeiro (não para evitar produtos sub-prime, mas antes para evitar que produtos sem liquidez se espalhem na economia); os governos devem realizar investimentos em áreas de futuro (renováveis, nano-tecnologia e saúde) e simultaneamente investimentos em áreas com empregabilidade.

Por fim, e como todas as crises, acredito que esta é passageira. Vai aumentar o desemprego, vai diminuir o crescimento mundial, vai alterar a forma como as nações se relacionam, mas vai passar. O fundamental é que as empresas mantenham as perspectivas de investimento e de crescimento, que os governos melhorem as formas de colaboração (a eleição de Barack Obama é uma excelente esperança) e que seja restaurada a confiança no sistema financeiro mundial.

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