quinta-feira, janeiro 03, 2008

Emprego Percário

Acho que esta é a altura do ano em que passo mais tempo em compras em lojas de shopping. Invariavelmente dou por mim a pensar mais no consumo do país e no emprego dos lojistas e menos nas prendas que tenho que comprar ou trocar (o que acaba por resultar em asneira).

Não pensem que eu acho desprestigiantes os empregos em lojas de shopping: o que me preocupa são as pessoas que encaram esses empregos como empregos para a vida.

Sempre achei que os trabalhadores dessas lojas seriam estudantes à procura de dinheiro para financiar os seus consumos, ou imigrantes, que, numa fase inicial da sua adaptação à nova sociedade, ainda não se tinham encaixado no mercado de trabalho. Em resumo, pessoas ainda a desenvolver (devido à idade ou à cultura) capacidades para competir num mercado laboral cada vez mais exigente.

O que me dá que pensar nestes meus devaneios consumistas é se as pessoas a trabalhar nas lojas não se enquadram no perfil que eu conceptualizei. Olho para elas como pessoas que já estariam a competir num mercado laboral mais evoluído, com rendimentos médios superiores e com maior exigência tecnológica e de conhecimentos.

Dou por mim a achar que o nosso sistema de ensino f
alhou na preparação de toda uma geração. A proliferação de licenciados na área das ciências sociais e na vertente de ensino é quanto a mim uma grande falha no nosso mercado laboral. Para além de uma maior aposta nas ciências naturais e na engenharia, o constantemente repetido incentivo ao empreendorismo é fundamental para a dinamização da economia e para a revitalização da massa laboral.

Só uma força de trabalho bem formada e com espírito dinamizador é que consegue assegurar à economia taxas de crescimento sustentáveis a longo prazo. Acredito cada vez mais que o nosso grande objectivo deve passar por aqui.