sexta-feira, novembro 21, 2008

Liberalismo

Numa altura em que a crise económica se espalha pelo mundo e em que se questiona o paradigma em que temos crescido, dou por mim, mais confiante do que nunca, que sou um liberal.

O liberalismo (capitalismo, economia de mercado e desregulamentação) significa para mim a última prova de fé no homem. Significa dizer que o homem consegue ultrapassar qualquer dificuldade que se lhe coloque, que consegue adaptar-se às diferentes ciscunstâncias de forma a sair vencedor. Na ciência económica é consensual que um mercado a funcionar livremente optimiza a utilização dos recursos e retira a maior produtividade dos factores de produção. Isto quer apenas dizer que as economias são mais produtivas quando deixadas na iniciativa privada.

O liberalismo não é restringir a liberdade (religiosa, política ou pessoal) de outros, será antes exactamente o contrário, sendo que a liberdade de uma pessoa acaba onde começam os direitos do próximo.

Por isto também acredito que o estado deve assegurar condições mínimas (principalmente justiça, e até a um certo ponto um estado social), mas sempre sem subverter a economia ou condicionar o seu desenvolvimento.

Acho que esta crise vai realizar o feito de modificar o paradigma de crescimento/ desenvolvimento das sociedades. Acho que vamos relativizar o lucro fácil e o crescimento desenfreado. Acho que um mundo livre sairá desta crise necessariamente diferente e mais forte e assente em princípios de longo prazo.

Tenho a esperança que o mundo saía desta crise preocupado com o seu desenvolvimento - que deve ser o objectivo último de uma sociedade...

domingo, novembro 16, 2008

A Educação

Numa altura em que a Ministra da Educação de Portugal está sobre ataques cerrados, com manifestações quase todas as semanas, reflecti um pouco sobre o conceito da educação no genérico.

Acredito que a educação é uma pedra basilar de qualquer sociedade. Não só a educação académica (desde o ensino obrigatório, até todos os graus e formações executivas), mas também a educação cívica e de convivência em sociedade. A esta definição de educação está associada uma grande abrangência dos agentes de ensino, que, no meu entender, devem incluir toda a sociedade.

Sendo assim, uma sociedade só se pode considerar educada, se se verificar um desenvolvimento sustentado de todos os seus agentes. Professores e pais a aprenderem em conjunto, e depois transmitindo aos alunos os ensinamentos. Facilmente se depreende que é impossível delegar toda a responsabilidade pelo desenvolvimento dos indivíduos num só agente de ensino, e esperar que os restantes agentes da sociedade não tenham nenhuma participação nesse processo.

Finalmente, e para tocar num tema que quanto a mim tem contribuido para a deterioração da qualidade do sistema de ensino em Portugal: a perda de autoridade por parte dos professores. Eu ainda apanhei algumas reguadas e hoje admito que foram merecidas. Com isto não quero dizer que concorde com as reguadas, ou qualquer outro tipo de violência, aliás, sou contra. A questão coloca-se quando é necessário exercer a autoridade para manter o respeito, e fica impossível fazer isso porque o agente de ensino não tem autoridade.

Para os professores fazerem o seu trabalho é necessário que tenham a possibilidade de exercer autoridade.

domingo, novembro 09, 2008

Crise mundial

O tema já é antigo, já se escreveu muita coisa sobre ele, mas está cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. Ao contrário do sentimento generalizado relativamente à maior parte dos economistas, eu não sou pessimista e tipicamente tenho uma visão optimista sobre o futuro.

Esta crise tem uma origem completamente nova e diria até inesperada. Devido a algumas opções no sector financeiro, surgiram empresas em dificuldades (AIG, Lehman Brothers, ...); por causa da dependência que o sector real tem do sector financeiro, estas dificuldades começaram a espalhar-se no resto da economia, principalmente devido à falta de liquidez. Esta sequência de eventos (simplificada) por si só colocava a economia mundial numa situação complicada. Se juntarmos a esta falta crescente de liquidez, a especulação em torno das matérias-primas, o rebentar das bolhas imobiliárias (principalmente nos EUA, Reino Unido e Espanha) e também a falta de líderes a nível mundial, encontramo-nos no centro de crise actual.

Vejamos então: os bancos não emprestam dinheiro e por conseguinte as empresas não conseguem investir e começam a ter dificuldades de tesouraria, o sector da construção civil (que cria um número considerável de empregos) está parado e os governos não demosntram capacidade para agir.

Perante este cenário, acredito que: restaurar a confiança dentro do sector financeiro é fundamental para o mundo voltar a crescer (temos vistos boas iniciativas por parte de alguns governos); directamente relacionada com esta, devem ser repensadas as formas de colaboração entre países e de supervisão do sistema financeiro (não para evitar produtos sub-prime, mas antes para evitar que produtos sem liquidez se espalhem na economia); os governos devem realizar investimentos em áreas de futuro (renováveis, nano-tecnologia e saúde) e simultaneamente investimentos em áreas com empregabilidade.

Por fim, e como todas as crises, acredito que esta é passageira. Vai aumentar o desemprego, vai diminuir o crescimento mundial, vai alterar a forma como as nações se relacionam, mas vai passar. O fundamental é que as empresas mantenham as perspectivas de investimento e de crescimento, que os governos melhorem as formas de colaboração (a eleição de Barack Obama é uma excelente esperança) e que seja restaurada a confiança no sistema financeiro mundial.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Yes we can!!!

E pronto, tal como as sondagens diziam e tal como o resto do mundo ansiava e precisava, Barack Obama foi eleito 44º Presidente dos EUA.

Uma reflexão relativamente aos discursos (de Obama e de Mccain). O discurso de Obama foi tudo aquilo que é possível esperar de um político educado e eloquente: galvanizador, abrangente e dirigido a toda a nação. A forma como Obama conseguiu transmitir a sua mensagem e a ideia de união de todo o país para o seu desenvolvimento é digno de um grande estadista. O discurso de Mccain foi incrivelmente agradável, longe do tom desagradável da campanha Republicana dos últimos dias, e muito mais próximo do Mccain que os comentadores diziam existir por baixo do candidato.

Uma reflexão relativamente à cor. Os EUA têm o seu primeiro presidente afro-americano. Não acredito que tenha sido eleito por causa da sua cor, antes foi eleito e por coincidência é negro. É fantástico que os EUA, com toda a sua história de escravatura e de segregação racial, tenho eleito um presidente negro, mas acho que a história acaba aí. Aos meus olhos Obama foi eleito por aquilo que representa para todos os EUA, não só para os negros.

Um reflexão relativamente à mensagem: "Yes we can!!!". O slogan da campanha é poderosíssimo, e acho que se pode tornar não só no lema dos EUA, mas do mundo inteiro. É a derradeira mensagem de optimismo e confiança no futuro e no que o homem pode realizar. Com esta predisposição, Obama tem o potencial de ser o grande líder político, que o mundo precisa devolvendo os EUA ao lugar de "líder do mundo livre", agora através do diplomacia e cooperação e com o objectivo do desenvolvimento mundial.